Nós… Futilidades do ser!

Caricatos, humanos e terrestres, somos Nós os fantasiosos que acreditamos no futuro, melhor e diferente, mas além do sonho, ninguém põe mãos à obra, e a guerra fica para os guerrilheiros do dia-a-dia, nesta imensa babilónia de descontrolo, emocional, monetário e material…

Quem lê este último parágrafo pura e simplesmente fica a pensar que eu devaneio, e até certo ponto está certo, eu devaneio, mas neste caso tenho uma ideia subjacente ao texto, tenho uma teoria, uma ideia sobre a qual vos quero esclarecer.

Olhemos à nossa volta, o que temos? Para começar estamos sentados em frente a um computador, estamos ligados à internet, temos luz, água potável, roupas de marca, saímos à rua de carro, temos televisão por cabo ou satélite, possuímos um infinito rol de bens e máquinas e utensílios que nos moldam a rotina… então eu pergunto: como podemos nós tentar mudar o mundo ou compreender o sofrimento de outros rodeados por todo este monopólio?

Diga-se aqui de passagem que, comparados com todo o mundo, nós de entre os privilegiados talvez sejamos os menos privilegiados, e entre os desfavorecidos os mais favorecidos…
Como podemos imaginar uma seca se nunca nos faltou a água? Como podemos imaginar a desnutrição se possuímos despensas e frigoríficos atulhados? Como podemos imaginar nós seja o que for se não saímos dos nossos sofás, se não nos levantamos dos nossos assentos e vamos visitar o horror na primeira pessoa?

Deveríamos era todos deixar de ver o que “eles” querem que nós vejamos, ir assistir à guerra em pleno terreno, ver o que ninguém vê nem ninguém pode comentar, ver o que se deve ver, visitar as favelas do Brasil sem protecção, conhecer o horror que é não poder dormir em Bagdad, andar descalço no deserto, ou atravessar a fronteira da Coreia do Norte…

É claro que não podemos fazer isso não é? A família, o emprego, as responsabilidades, uma catrefada de desculpas que não nos deixam ir, porque “eu até que fazia isso” pensa muito boa gente, “mas…”, pensam depois. Mas para esses que pensam isso “mas…” não podem faze-lo, deixo um desafio, simulem o seguinte: usem apenas gestos pra comunicar, encham os ouvidos de algodão, vendem os olhos, andem ao pé-coxinho e tentem sobreviver com menos de um euro por dia e um sorriso nos lábios…

Ninguém vai conseguir uma hora quanto mais um dia, uma semana, meses, ou uma vida… Somos completamente fúteis, a “geração das oportunidades”, que as desperdiça todas, que opta sempre pelo caminho que não deve, aliás termos ou não as oportunidades acaba por ser igual, pois a maioria acaba por fazer vida igual à de quem sempre teve um caminho recto desde a nascença sem desvios ao abismo possíveis… o que ninguém compreende, e até me “fode” por completo, são os filhos-da-puta que não fazem nada de útil na vida, e que podendo ter uma vida boa e digna, se destroem no mundo das drogas da putrefacção e da miséria, que ajudam a sustentar o sistema, que alimentam muita dessa merda! Os que vão para África, América Latina, Indonésia, etc., e em vez de levarem comida, medicamentos, formação, não, levam armas, negoceiam com traficantes, guerrilheiros, barões, bandos organizados… morte a todos os cabrões de merda que são cúmplices do sistema! Mas as objectivas não mostram isso…

Tão fútil que o mundo é, que muitos nem de oferecer um sorriso na rua são capazes… Meu Deus que podridão invadiu este planeta!?


PS:

Peço desculpas se feri as susceptibilidades de alguém com os palavrões utilizados, por isso aviso que quem se fragilizou com isso não deve ver o vídeo que aqui deixo! “Guerra de monstros!!!” com tema musical de Legião Urbana, “O Senhor da Guerra”.

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(para a semana vou postar um texto erótico)